
PRINCIPAIS EIXOS DO AUDIOVISUAL
Acompanhe os elementos que compõem os pilares essenciais para a produção de documentários
O ciclo de realização de um filme abrange diferentes áreas da indústria audiovisual. Para que uma obra cinematográfica siga seu propósito de ser compartilhada e apreciada pelo público, existe uma extensa rede que compõe uma base mercadológica, legislativa e política indispensável para o funcionamento do mercado.
Entenderemos um pouco mais sobre as iniciativas de financiamento dos documentários, a essencialidade das leis para o setor, além do acesso, consumo e distribuição das obras.


EDITAIS
De acordo com a Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), os editais são um importante método para a mobilização de recursos financeiros para a realização de produções audiovisuais. Eles podem ser coordenados por organizações, secretarias governamentais, empresas ou institutos da sociedade civil.
A partir deles, abriu-se um novo caminho para que os documentaristas pudessem concretizar seus projetos, independente das grandes produtoras ou da seletividade dos serviços de streaming.
PROCESSO DE INSCRIÇÃO
Como ótima oportunidade de financiamento, os editais apresentam um processo de inscrição burocrática e detalhista, envolvendo vários aspectos jurídicos e empresariais. Esta pode ser uma tarefa bem estressante e confusa, considerando as especificidades de cada um.
Ao ser questionado sobre o assunto, Thiago Mattar, diretor do longa-metragem "O Barato de Iacanga", explica os pré-requisitos necessários para submeter um projeto.

Thiago revela que existem certos perfis de produções que se alinham mais à proposta
dos editais. De acordo com Thiago, é indicado a inscrição de projetos que retratam temas
com pouco apelo popular, ou "de nicho". Já as que carregam maior valor comercial, podem
facilmente se tornar propostas para grandes empresas do mercado.
A possibilidade de realização de filmes que não são voltados ao agrado do grande público abre espaço para experimentações, e motiva a exploração de aspectos culturais geralmente invisibilizados pela indústria. Assim, o ciclo de criação cultural é alimentado ao preservar histórias e costumes.
O roteirista, jornalista e pesquisador, Thiago Mattar, segue informando a presença de editais direcionados a diferentes etapas do processo de realização de um filme. O que torna viável a inscrição de projetos prontos que necessitem de auxílio na pós-produção, ou em sua distribuição. O diretor explica que esta é uma estratégia utilizada tanto por produtoras de grande porte, quanto por pequenas e independentes.


AS LEIS DO AUDIOVISUAL
A IMPORTÂNCIA DA LEGISLAÇÃO PARA O AUDIOVISUAL
As leis são instrumentos que garantem os direitos dos cidadãos e a democracia. Muitas especulações e conspirações surgiram relacionadas às leis de apoio à cultura, às distanciando de seu real propósito.
Com o intuito de esclarecer as questões em torno do tema, a professora do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF, Lia Bahia, explica a importância das legislações direcionadas ao audiovisual brasileiro.
De acordo com a ex-gestora da Ancine, as leis culturais não são apenas voltadas às questões de mercado, sua função principal é assegurar o direito à cultura, garantido pela Constituição de 1988 a todos os cidadãos brasileiros.
Para que haja o acesso às produções culturais, primeiramente é necessário auxiliar o mercado gerador destas obras. A fim de assegurar o funcionamento adequado deste setor, é essencial a presença de leis que protejam este ciclo.
Ao apresentar sua análise do mercado atual, Lia Bahia expressa sua preocupação com o aumento do consumo exclusivo de obras estrangeiras. Com o costume de assistir produções seguindo o mesmo padrão americano, os filmes nacionais estão se tornando menos atraentes.
Além da competição desarmônica com outros países, Lia Bahia também se atenta às produções internas. Se diferenciando do fluxo comercial, alinhado ao molde estadunidense, o cenário independente e das produtoras de pequeno porte conservam uma identidade brasileira e experimental, fundamental para o exercício cultural. Segundo a professora, é imprescindível que haja leis que assistam o setor para sua preservação.

DESENVOLVIMENTO ESTAGNADO DAS LEIS

Lia explica que o anacronismo presente nas discussões sobre o setor causa uma estagnação em seu progredimento, retardando o desenvolvimento de leis que contemplam assuntos atuais, que já estão em pauta em outros países.
Analisando o atual cenário global, Lia Bahia presume que o debate sobre a utilização de IA (Inteligência Artificial), que se tornou um tópico caloroso com o início da Greve dos Roteiristas, nos EUA, e a utilização da imagem de Elis Regina na propaganda da Volkswagen, no Brasil, deve ocorrer no cenário brasileiro apenas no futuro.
A conclusão de Bahia se respalda na dificuldade presente nas discussões sobre a Cota de Telas, estabelecida durante o governo de Getúlio Vargas, em 1937, que passou pela sua renovação este ano, além das complicações relacionadas à regulamentação dos serviços de streaming.
INICIATIVAS QUE INFLUENCIAM
O CINEMA INDEPENDENTE

ACESSO
O acesso à cultura é assegurado a todos os brasileiros. O Art. 215 da Constituição de 1988, declara: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.
Felizmente, o cenário cultural nacional retrata uma recuperação após anos de descuido por parte das entidades políticas, principalmente durante os anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, que retrocederam medidas e lutas conquistadas. Reverberando no acesso da população com estabelecimentos fechando, preços encarecendo, falta de incentivos e ações públicas direcionadas ao fomento do consumo cultural.
Evidenciando o período de grandes dificuldades para o exercício da cultural, o documento "Perspectivas e Trajetórias Recentes da área da Cultura: Nota do Catálogo de Políticas Pública", realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada), em fevereiro de 2023, retrata:
"em face do impeachment de Dilma Rousseff e da transição para um governo cujas diretrizes não contemplavam a cultura, a onda positiva de políticas para o audiovisual foi sendo revertida até se chegar ao ponto da total paralisia dos investimentos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) nos primeiros anos do governo de Bolsonaro. Além disso, as políticas em geral foram desidratadas em decorrência de intervenções que resultaram em cancelamento de editais e em longos períodos de vacância na presidência da Ancine. O resultado foi mais uma crise de produção do audiovisual brasileira, que teve início mesmo antes da pandemia de covid-19.”
ACESSO À INFORMAÇÃO

Abordando a óptica dos circuitos de cinema e estabelecimentos de pequeno porte, que disponibilizam em sua programação produções nacionais e títulos menos comerciais, o diretor, Thiago Mattar, explica a importância do papel de estratégias de comunicação para que o público saiba que estas obras estão em cartaz.
O diretor explica que é necessário se atentar a divulgação para que as pessoas saibam da existência destes espaços, que viabilizam o acesso às produções cinematográficas brasileiras.
Considerando a pouca verba direcionada a comunicação, Thiago, que iniciou sua jornada no meio cinematográfico trabalhando na produção de um festival de cinema em São Paulo, enfatiza o poder das redes sociais e do investimento em marketing.
O pesquisador cita o caso da Cinemateca Brasileira que, após fortalecerem suas redes sociais, tornarem sua estética mais atraente e aumentar sua aparição na mídia, se tornaram um exemplo disso, com um grande aumento no número de vendas de ingressos.
Observando o resultado preliminar dos cinemas nacionais inscritos na Chamada Pública "Cinema nas Cidade - Apoio aos Pequenos Exibidores 2023", publicado pela Ancine em agosto, a partir do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) serão auxiliadas 99 empresas, delas:

3 no Norte
57 no Sudeste
27 no Sul
7 no Nordeste
5 no Centro-oeste
A partir destes dados, reparamos uma ampla concentração de salas de cinema na região Sudeste, salvando apenas 3% da seleção para os empreendimentos da região Norte, a maior em extensão territorial. Assim, conclui-se uma grande desigualdade na assistência ao acesso à cultura no Brasil.
CINECLUBES



Os cineclubes podem ser uma ótima saída para o público que busca expandir seus conhecimentos, não só de cinema mas também de diversos tópicos, contribuindo para o acesso a obras alternativas.
Segundo Thiago Mattar, os cineclubes também são espaços interessantes para o público consumidor dos serviços de streaming, considerando seus catálogos limitantes e pouco diversos.
Nos cineclubes são apresentadas obras, diferentes das programações comerciais, que apenas poderiam ser achadas em DVDs, curadas com a intenção de promover debates e reflexões sobre o filme, entre seus integrantes, após a sessão.
Thiago considera que a importância dos cineclubes advêm do exercício do raciocínio crítico por meio de discussões, proporcinando um olhar crítico às artes, seu poder de cativar o público a se interessarem mais por filmes, além da interação entre seus participantes criando um senso de comunidade, que era recorrente nas antigas locadoras de vídeo.
CINECLUBE MACKENZIE
Durante seus anos de faculdade cursando jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Thiago Mattar, juntamente com seu amigo de classe Guilherme Nasser, fundaram o Cineclube Rever.
O projeto acabou durando aproximadamente um ano e meio, neste tempo foram realizadas diversas mostras de cinema brasileiro, além da participação de diretores, em sua maioria no início de carreira, como Matheus Souza e Esmir Filho, que compareciam à exibição de seus filmes e interagiram durante os debates com o público.
Thiago pontua que os cineclubes também podem ser vistos como oportunidades para a divulgação de filmes, atribuindo o contato do público com a obra e seu realizador também.

CONSUMO
O consumo de documentários brasileiros é pouco em comparação às obras de ficção. De acordo com Lia Bahia, que já trabalhou na Secretaria do Estado da Cultura, este comportamento é consequência da precária assistência aos eixos da cadeia produtiva audiovisual, que são formação, produção, distribuição, exibição e preservação.
Segundo a professora, o foco, que deveria ser equiparado, acaba sendo direcionado à produção. Diferentemente da estratégia utilizada pela indústria, Lia explica que o investimento no processo de formação de público seria uma maneira mais benéfica para a questão do consumo.
Ela continua apontando que programas como cineclubes, sessões de cinema em universidades e trabalho em escolas são interessantes para que inicie uma regulação do sistema.
Considerando o aumento no número de produções audiovisuais que será gerado pela Lei Paulo Gustavo, Lia Bahia expressa preocupação com a possibilidade de que nem todas as obras possam ser prestigiadas igualmente, considerando que é fundamental que as obras realizadas sejam apreciadas pelo público.

Com um market share de 1,43%, segundo a publicação da Ancine "Cenário 2023: Investimentos no Setor Audiovisual", os filmes brasileiros enfraqueceram o número de participação de público nas produções nacionais, conferindo o pior resultado até então.
STREAMINGS

Segundo o diretor do documentário "O Barato de Iacanga", disponível na Netflix, Thiago Mattar explica que os streamings se pautam nos números de performance e consumo de seus filmes para selecionarem os projetos que serão agregados à plataforma.
Assim, o conteúdo dos documentários disponíveis para os assinantes contemplam casos, pessoas, pautas e histórias famosas. Thiago complementa afirmando que a tendência destas empresas é se distanciar de quaisquer riscos, logo terminam trabalhando com as mesmas pessoas em fórmulas similares aos demais filmes de seu catálogo.
Abordando as produções para os serviços de streaming feitos no Brasil, Lia Bahia
explica que estas não são produções nacionais, já que a propriedade intelectual é da empresa
de outro país, logo se tratando de um trabalho precário.
O sistema em torno destas plataformas evidencia as desigualdades do cenário audiovisual nacional com os projetos de produtoras menores ou independentes. De acordo com a professora, é necessário regulamentar a atuação dos streamings para que haja equilíbrio.
Lia utiliza como exemplo a Lei de Televisão por Assinatura, ou Lei da TV Paga, que estabelecia uma cota de produções brasileiras e independentes em sua programação, além de contribuírem valores estabelecidos para CONCINE.

CINEMA BRASILEIRO


Ampliando as questões de preservação da cultura brasileira, Thiago Mattar salienta a importância do investimento na cultura. Caso isso acontecesse com mais intensidade no Brasil, resultaria no aumento do interesse estrangeiro e interno no consumo de produções nacionais.
Exemplificando, o diretor aponta o caso da Coreia do Sul, que popularizou seus filmes, música, séries, língua e culinária globalmente. A estratégia utilizada foi uma intensa dedicação financeira em seu setor cultural, expandindo e preservando sua identidade. Este plano também desencadeou um sentimento de orgulho em sua população, conectando as novas gerações com os antigos costumes.
FILMES ALTERNATIVOS
Consumir filmes alternativos nunca foi algo fácil, segundo Thiago Mattar. Para desfrutá-los é preciso procurar salas que apresentam este tipo de produção em sua programação.
O roteirista explica que estes títulos não são exibidos em cinemas voltados aos filmes comerciais americanos, como as salas em shoppings. Thiago esclarece que esta se trata de uma tática voltada ao consumo, onde uma pessoa que assistiu um filme de entretenimento compra mais produtos após a sessão, do que quem assiste uma obra profunda e densa.
Mattar pontua que a característica coletiva, que fazia parte da experiência de ir ao cinema, está se perdendo com o tempo, decorrente de uma visão individualista e raza de apreciar a produções artísticas

DISTRIBUIÇÃO
Como uma das etapas finais da cadeia produtiva do audiovisual, a distribuição tem um grande papel para que a obra tenha um bom desempenho comercial. O Prof. Dr Márcio Ribeiro, especialista em economia e política do audiovisual, explica que ela é a conexão entre a produção e o circuito exibidor, empregando táticas de marketing para atrair público e promover a obra.
O professor dos cursos de Cinema & Audiovisual e Publicidade & Propaganda relata que no Brasil está se trata de uma área muito lucrativa e desenvolvida ao observarmos as distribuidoras de outros países, principalmente as norte-americanas, entretanto, o cenário brasileiro de distribuição é precário, necessitando de aperfeiçoamentos e melhorias.

DISTRIBUIÇÃO PARA AS PRODUTORAS INDEPENDENTES
Márcio observa que um dos maiores erros relacionados à gestão nesta etapa, no Brasil, é o foco exacerbado no processo de produção dos filmes. Ele enfatiza que seria preciso considerar um plano de negócio das obras desde seus primeiros estágios de planejamento, assim garantindo um melhor desempenho.
Segundo o professor, as produtoras pequenas e independentes não costumam observar suas produções como produtos. Esta mentalidade acaba tardando uma abordagem comercial estratégica.
Infelizmente, os órgãos brasileiros que amparam o mercado audiovisual somente permitem que uma pequena porcentagem do orçamento do projeto seja direcionado à distribuição, criando desigualdade entre as obras nacionais e estrangeiras, considerando que os filmes estadunidenses em sua grande maioria apresentam uma política de distribuição que equaliza a porcentagem entre investimentos na produção e distribuição.
Márcio Ribeiro segue apresentando como exemplo o filme "Barbie", que apresentou um custo de produção estimado em 10 milhões de dólares, e um investimento de aproximadamente 100 milhões em sua divulgação e promoção do filme, se tornando uma das maiores estreias e pré-estreias do cinema.


FESTIVAIS
Os festivais de cinema também proporcionam oportunidades para a promoção de filmes, Márcio pontua que estes eventos, ao invés do senso comum, que os considera artísticos, na realidade, são interpretados pelo mercado como marketing.
Ademais, com o atual aumento da presença de distribuidoras nos festivais e o foco da imprensa nestes espaços, a exibição e participação de filmes tornou-se cada vez mais atrativa e vantajosa, principalmente para as produtoras pequenas e independentes.

A IMPORTÂNCIA DOS FESTIVAIS

Complementando, o diretor, Thiago Mattar, adiciona que os festivais apresentam, além da possibilidade de contato com "players" da indústria, que são empresas de distribuição, o contato com as agregadoras de conteúdo, que trabalham como um intermediário conectando os exibidores e os criadores do filme.
Conversando com a diretora do filme "Quando Falta o Ar" a atriz da série "Unidade Básica", Ana Petta, os festivais também servem como um meio de teste para perceber a como é a reação do público. Foi o que ocorreu com seu documentário, primeiramente exibido no festival "É Tudo Verdade", o mais importante direcionado à produções documentais no Brasil.
Com isso, Ana e sua irmã, que também dirigiu a obra, conseguiram se conectar com curadores de outros festivais nacionais e internacionais que acabaram participando
Ana adiciona que um papel importante destes eventos é a promoção do acesso que vivem em locais onde encontrar produções alternativas é um desafio, além de fomentar o mercado audiovisual local.
Podemos apontar os festivais como fatores que estimulam a economia da região em que ocorre, considerando o aumento no consumo de restaurantes, hotéis, serviços de transporte e o emprego de moradores próximos ao local.

GESTÃO DOS FESTIVAIS



O funcionamento dos festivais é explicado pelo roteirista, Thiago Mattar, pela arrecadação de ingressos e presença de um público frequentador do evento. Logo, buscando a manutenção e crescimento do seu lucro, as organizações convidam grandes nomes do mercado, ou diretores em ascensão, que irão movimentar as mídias sociais e a imprensa, além de atrair mais audiência.
TIPOS DE FESTIVAIS
Thiago aborda a importância do estudo sobre os diferentes tipos de festivais antes de inscrever um projeto. O diretor complementa reforçando a existência de certos requisitos a serem atendidos para que a obra seja compatível ao perfil do evento, levando a uma eventual seleção e premiação do projeto.
Mattar sinaliza que a necessidade de uma escolha estratégica advém do custo das inscrições, que podem comprometer o orçamento e limitar a participação em alguns festivais.
COMO MELHORAR A DISTRIBUIÇÃO?
Segundo o Prof.Dr. Márcio Ribeiro, desde o início das produções audiovisuais brasileiras, não havia um entendimento sobre como realizar propriamente a distribuição de filmes.
A Ancine (Agência Nacional do Cinema), que é o órgão responsável pela assistência do audiovisual brasileiro, de acordo com a análise de Márcio, deve voltar-se para o aprimoramento deste eixo da cadeia produtiva do mercado visando melhorias no rendimento e desenvolvimento da indústria.
A implementação de políticas estratégicas que contemplem o aumento no teto percentual de investimentos direcionados à distribuição, que se mantêm em 20%, é uma medida essencial.
O que ocasionaria no progresso da desigualdade presente entre as medidas governamentais estrangeiras e brasileiras, que refletem na piora do consumo de produções nacionais.
Márcio Ribeiro expressa a necessidade da articulação entre os órgãos de poder público federal, o Ministério da Cultura e a Ancine com os Estados e municípios que contribuem para o fomento do audiovisual brasileiro, como a Spcine no Estado de São Paulo.